Sonhos e Pedras - LXXVII
.. é deveras
estranho esse
sentir tão agudo
e doce;
é deveras
estranho esse
olhar longínquo
ao céu que parece
tão mudo;
é deveras
estranho esse
sorriso frente
a olhos tão
inatingíveis;
é deveras
estranho esse
calor que chega
de um sol tão
esfíngico;
é deveras
estranho essa
mística dor que
bate no dilacerante
vazio,
é deveras
estranho esse
querer descabido
por uma inexata
conexão em linhas
alvas;
é deveras
estranho essa
pueril vontade de
um abraço acalentador
que dispensa rimas
exatas;
é deveras
estranho essa
luz que nos brilha
- quando em segredo
voamos ao infinito,
mas, não nos
pode ser estranho
o magnífico voo
cedido a nós
pelo perfeito
TAO!