Sonhos e Pedras - LVII

...Sou apenas

uma parte de mim

tão esquecida e tão

inevitavelmente mirrada;

sou, nada mais

que um verso silente

a buscar rimas num

sonho inexoravelmente

enleado e pálido;

sou, embora finja

não ser e saber,

vestígios de enfática

chuva em campos

nus e em outros

pretensiosamente

encobertos;

sou, em sublime

recôndito, o brilho

que teima em ser

bem mais do que as

fraquezas amarradas

ao pés cansados e

demasiadamente

atinados;

sou o que a pressa,

o orgulho e o chão frio

não conseguem ver ou

tocar,

no mais franco

verbo que se

declara as pedras

sou simplesmente

teu espelho

copiosamente fiel

e sensato!

Luz de Cristal
Enviado por Luz de Cristal em 05/03/2017
Reeditado em 05/03/2017
Código do texto: T5931508
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