Sonhos e Pedras - LVII
...Sou apenas
uma parte de mim
tão esquecida e tão
inevitavelmente mirrada;
sou, nada mais
que um verso silente
a buscar rimas num
sonho inexoravelmente
enleado e pálido;
sou, embora finja
não ser e saber,
vestígios de enfática
chuva em campos
nus e em outros
pretensiosamente
encobertos;
sou, em sublime
recôndito, o brilho
que teima em ser
bem mais do que as
fraquezas amarradas
ao pés cansados e
demasiadamente
atinados;
sou o que a pressa,
o orgulho e o chão frio
não conseguem ver ou
tocar,
no mais franco
verbo que se
declara as pedras
sou simplesmente
teu espelho
copiosamente fiel
e sensato!