Porta Absurda

Estranhamente cismo,
jogo pedra na Lua,
bato à porta cem vezes
E não acerto,
Depois, meio morta
perplexa desperto,
Pois a porta não diz nada;
Não abre nem fecha,
Absorta, calada.

Essa porta absurda
Sem passagem nem entrada,
Sem saída ou chegada,
Sem frente nem fundo,
Pra lá do fim do mundo,
Decerto, não é nada...


Nota: Há mais um soneto (Amar) de Florbela Espanca recitado por mim em minha página de áudios, aos amigos que se interessarem em ouvi-lo, está lá! Obrigada!
Ariadne Cavalcante
Enviado por Ariadne Cavalcante em 01/03/2017
Reeditado em 10/03/2017
Código do texto: T5927590
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