A busca pelo fogo

Vivendo no medo do desconhecido.

Medo da noite.

Vivendo na caverna sem imaginação.

Preso no desconhecimento...

Estou triste.

No fim do dia a noite virá.

E com ela nossos medos.

Estou cansado disso...

Meu pai me bateu.

Disse que eu era um tolo por querer sair da caverna.

Da ultima vez, ele chorando disse para eu ir.

Então sai da caverna em busca do fogo.

Dedicação é tudo que tenho...

Logo vi a agressividade da noite.

Fazendo homens chorar como crianças sem mães.

É tudo horrível.

Meus olhos cegos e inflamados querem ver...

Esse escuro fere não só os olhos, mas a mente também.

Estamos perdendo a inteligência.

Vivendo como animais.

Não estamos evoluindo mais...

O maldito escuro parou tudo.

O grande escuro que rasga o céu.

E traz sons medonhos.

Vivemos como cegos...

Bem longe de casa.

O medo me faz tremer.

O frio amortece meus dedos.

Nossas roupas são ruins...

A vontade de cruzar o desconhecido é maior.

Não morrerei hoje.

Andando pelas terras onde os Deuses caminham.

Estou desafiando suas ordens...

Eles não gostaram.

Que um tolo cego como eu saísse da caverna.

E contemplasse o grande mundo.

Tentaram me matar.

Deuses cruéis e mesquinhos...

Mas ainda estou caminhando.

Para o maior tesouro dos Deuses.

A casa do fogo onde sabedoria dorme.

É tudo que meu povo precisa...

Quanto mais longe vou.

O escuro se aproxima,

Vazio e frio,

Quer mastigar minha carne...

O jardim da casa esta cheio de cadáveres.

Deles nascem flores da noite.

Com seu perfume pútrido...

O grande mundo esta está em silencio.

Não podemos aprender.

Só choramos de medo daquilo que não conhecemos.

Temos fome...

Morremos cedo, sem remédios.

Viramos caça a noite, de monstros que nunca vimos.

O vento sopra lá fora.

As sombras parecem dançar...

O velho escuro nosso inimigo.

Que prendeu o fogo bem longe.

Mas estou chegando.

Dedicação é tudo que tenho.

Vontade de perder o medo...

Os Deuses estão aqui.

Grandes e imponentes.

Medonhos e poderosos...

Mas chegaram tarde.

Pois seu tesouro eu roubei.

Carne podre cai dos meus olhos.

Eles abrem novamente...

E o mundo dos Deuses posso admirar.

Eles como bestas selvagens vem.

Mas nada podem contra o poderoso fogo.

Que queima sua carne antes imortal.

E alimenta minha inteligência...

Os Deuses carrascos estão caindo do céu que eles amam.

Ao se chocarem com nosso mundo viram montanhas.

Cheias de perigo.

Pois eles nós odeiam...

Dedicação é tudo que tenho.

Quero conhecer.

Sem medo do escuro.

Que com uma flauta vem tocando nossas almas.

Enchendo nosso corpo fraco de medo...

Os Deuses caídos.

Agora parte do mundo que desprezavam.

O grande escuro teme o fogo.

Agora ele recua...

Nossos olhos agora enxergam.

Nossas mentes pensam.

A humanidade para frente caminha.

Fora da caverna...

O escuro de longe observa.

Nossos avanços.

Mas ele tramara uma vingança.

Pois pisamos no orgulho dele...

Muitos anos depois.

O escuro procura uma forma.

Ele quer andar em pleno dia.

Uma garotinha ele conhece...

E infelizmente fomos dragados pelo escuro.

Essa garotinha se transformou em uma linda mulher.

Com um desejo sombrio.

Devorar toda luz de nosso mundo...

Como podem ver.

Estamos em constante guerra com o desconhecido.

Nada sabemos sobre ela.

Mas ela sempre volta.

Com seu manto.

Mergulhando o mundo nas trevas.

“uma homenagem para todos que apreciam aprender”

Cristiano Siqueira 25/02/17

cristiano siqueira
Enviado por cristiano siqueira em 25/02/2017
Código do texto: T5923632
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