A MIRAGEM
A MIRAGEM
Atravessava um deserto seco e frio,
Só as dunas a se estender pela distância.
Sentia sede e não via nenhum rio,
A incerteza a causar-me certa ânsia.
Muito longe vi uns monges que caminhavam,
Seus alforjes vinham suspensos sobre os ombros.
Um velho dromedário eles arrastavam,
Esfarrapados, como a sair de escombros.
Já exausta avistei pássaros voando,
Senti a brisa agitar os meus cabelos.
Forte esperança no meu peito redobrando,
Finalmente um oásis com alguns camelos.
Mas, quando pensei em armar uma barraca,
Talvez achar pousada para descansar...
Ouvi a "gritaria" da ave matraca;
Pois, a miragem me fugiu, ao acordar!...