DEIXARAM O SAMBA MORRER
Deixaram o samba morrer, sufocado entre as ideologias da vida. Os cavaquinhos, pandeiros, tamborins, tambores, as cuicas.
Silenciaram de tal maneira, que agora nem as mais antigas marchinhas, tem o mesmo efeito que antes.
Estão silenciado o samba de rua, do morro, das praias, das rodas de bares. Tudo agora é um silêncio seprucal.
O carnaval não terá mais aquela alegria, a mulata bossa nova, não desfilará mais a sua beleza, a cabeleira do Zezé, não existe mais.
Deixaram o samba morrer, sem se preocuparem com o seu centenário, com a sua cultura, com a sua longa história que contribuiu. A apoteose, permanecerá quieta, apenas com os ruídos dos automóveis, das pessoas que passam e bem longe, de vez enquanto um assobio de uma antiga melodia, para reelembrar.
Deixaram o samba morrer, os blocos de rua, tudo agora será apenas lembranças. Da alegria de ver, as pessoas dançando, cantando, tanto nas ruas, quanto nos clubes.
E agora, somente as ruas desertas, pessoas mal humoradas, portas das casas e janelas somente com frestas apenas para espiar o que acontecerá.
Deixaram o samba morrer, no estado do Rio de Janeiro, que um dia foi patrono do carnaval, hoje segura apenas em suas mãos, uma ordem judicial. Onde é para se calar, diante da ideologia.
De uma decisão insegura.
Calaram o porta voz do povo, da alegria que irradiava como sambista.
Com o tempo, o carnaval será apagado das mídias, das pessoas e do calendário.
Deixaram apenas o samba morrer, mas a sua essência permanece eterna.
Eterna para um bom sambista, que ainda recorda em seu coração...