Dormiu...

E até a lua no céu, pra não incomodar, sumiu

Desapareceu atrás das nuvens, ninguém a viu

Em um primeiro, de fevereiro, parecendo abril

Naquele mês em que Brasil, Cabral, descobriu

Dormiu

Quando a noite caía, e machucada; ele não via

O sangue escorrendo do corte, e de dor, gemia

Então o sereno veio, lavar a ferida com poesia

Restou a cicatriz, que a escuridão, não refletia

Dormiu

Se sonhou, ninguém viu, sonilóquio, não se ouviu

Parede, concreto, assento macio, mas nenhum til

Palavras que chuva lavava, escorriam no meio fio

Boeiro, lixo, e tudo fluindo para dentro de um rio.