OS MUROS E AS MÁSCARAS
«Ode Anti – Trump»
Nos fóruns mais acesos fala-se de muros,
Fala-se de muralhas, fala-se de vedações,
Fala-se de barreiras, fala-se de invasões,
Fala-se de passados, presentes e futuros.
Está na moda esta vilania enfadonha,
Olvidando os valores ditos ancestrais,
E esquecendo-se de que são presas de chacais
Tecem vingança revanchista e sem-vergonha.
É bem curta a memória destes Maiorais
Que nunca aprendem as lições da história mãe
E mesmo sabendo que as neuras vão e vêm
Apagam-se-lhe da mente todos os sinais …
Há muros feitos e muralhas levantadas
Para conter os medos e as demais fobias,
Mas pelo despoletar das trágicas tropelias
Cairão por terra quais façanhas esvaziadas.
Imperadores e reis em ídolos se elevaram
Fingindo um poderio forte e imorredoiro
Mas, porém, como nem tudo o que brilha é oiro
Os pés dos ídolos barrentos se tornaram.
Fazem-se surdos ao que os Sábios dizem ou não
Ao verem dos balofos heróis a cobardia,
Mostrando ao mundo a máscara da valentia
De que “é fraqueza entre cordeiros ser Leão!»
Que poderão fazer as imortais muralhas
Contra a força das invencíveis Sumidades?
Que poderão fazer os muros das cidades
Contra os sonantes vencedores das batalhas?
Poderão resistir os muros contra os Césares
E contra as vagas indomáveis dos Mongóis,
E contra os ventos “das sete luas e sete sóis”,
Quando o destino rasga trincheiras e hangares?
Que diriam Alexandre, Átila ou Gengis Khan,
Que diriam Adriano, El Cid ou Coração de Leão,
Albuquerque, João de Castro ou Tamerlão,
Ao verem as artimanhas tombadas p´ lo chão?
Há sempre um Waterloo esperando Bonaparte
Que do exílio de Santa Helena gritará,
Ao ver que o sonho deste Trump cairá:
“Rasga essa máscara, falta-te engenho e Arte!”
Frassino Machado
In ODIRONIAS