NOTURNO DE JANEIRO
Tu fazes o reto caminho?
Não. Há sombras. O vento.
A força das chamas. Os ladrões.
Os contemporâneos disformes.
As alturas impossíveis.
Eu não sei de mim. Nem de ti.
A verdade é aquela outra, na outra margem.
E não conheço.
Eu tateio. É luz de vela o que me guia.
Há outros que encontrar. Há outros abraços.
E eu não os vejo, não os sinto.
Por acaso talvez ainda se escondam.
Por acaso talvez ainda existam e eu não saiba mais.
Exaure-se o mar e sua travessia quando penso neles.
Parece-me que já estou lá.
Que venci a noite e os vermes.
Que seguro a mão que me fez nascer.
Beijo uns olhos de sol
e me acomodo, feliz
no leito das criaturas vivas.
Tu fazes o reto caminho?
Não. Há sombras. O vento.
A força das chamas. Os ladrões.
Os contemporâneos disformes.
As alturas impossíveis.
Eu não sei de mim. Nem de ti.
A verdade é aquela outra, na outra margem.
E não conheço.
Eu tateio. É luz de vela o que me guia.
Há outros que encontrar. Há outros abraços.
E eu não os vejo, não os sinto.
Por acaso talvez ainda se escondam.
Por acaso talvez ainda existam e eu não saiba mais.
Exaure-se o mar e sua travessia quando penso neles.
Parece-me que já estou lá.
Que venci a noite e os vermes.
Que seguro a mão que me fez nascer.
Beijo uns olhos de sol
e me acomodo, feliz
no leito das criaturas vivas.