As duas partes

Uma parte de mim apodreceu, outra parte fugiu.

Uma chora, outra ri,

mas as duas sofreram por amor.

O que restou não me serve mais,

foi um vento que passou

e foi morar com o horizonte

e nunca mais voltou.

E depois de tudo

ao peito sentido,

minh’alma escreveu

e do discurso a mesma dor bebeu

para mais me sufocar o peito.

Uma parte de mim voou,

outra ficou em minhas mãos,

sentinela do meu coração,

a enxugar meu pranto tonto.