Éon de Hórus
Tempos de injustiça
Tempos de covardia
Eras do esquecimento
Eras em agonia
Além da soberba do rei
Além da cegueira do tolo
Sob o céu da meia-noite
Vêm ao mago as tábuas da Lei
Há muito se prescreve ao mundo
Mastigar amargas dores e mudanças
Desce o homem da excelsa estrela
Ao abismo mais negro e fundo
Séculos sangrentos, sagrado ritual
Sob ventos de bênçãos e maldições
A cada um, seu inferno ou paraíso
Em revelações de nebulosa espiral
Queimem em conflitos
Tremam em gemidos
Abracem a ousadia
Ouçam a sabedoria
Abrem-se os portões do tempo
Aos infinitos domínios da vontade
Fé, vestígio da humana infância
Em lampejos de catedrais e lamentos
Eis que surge novo fogo
Em rajadas que ofuscam velhas luzes
Corações humildes em furor
Decifrando as regras do novo jogo
Rompendo as nuvens do Oriente
Vem a razão de todas as lágrimas
Ruge dragão outrora dormente
Destilando veneno de novas lástimas