Alerta
Será que algum dia
Dei serventia
À palavra que sintetiza
A mim que preciso
Não enlouquecer
Na questão biônica
Do meu corpo robótico
Que desafia a ótica
E confunde o psicótico
Minha confusa gestáltica?
O meu lado satírico
Que grita sarcástico
Na notícia bombástica
Do mundo mudo
Me perde na elipse
Do som de pancadas
Ou de Gabriel Pensador
Tão virtualíssimo
Que tudo enxerga
Pra querer resolver
Minha visão empírica
Que me afoga
No copo da metafísica
Estaciona na ilusão
De um corpo energético
Um por cento psicotísica
Será
Que acabarei como muitos
Que estão aspirando
Pó de mico
Debaixo de um viaduto
Pra muito, muito além
Da infinita Via-Látea?
Ou cantarei
Um final
Neoliberal
Do mundo lírico
Que me faz
Rolar
Rodear
Rodopiar
Estrebuchar
Em dança frenética
No Psiquiatra
Ou estarei com certeza
Subindo na mesa
No processo analítico
Com quem não se importa
Com quem quer que seja,
Ou seja, com alguém
Muito preocupado
Com a própria "brotoeja".