PREPARANDO AS HORAS

As mãos preparam a noite

Quando dobram as colchas

E estendem cobertores...

O silêncio prepara a insônia

Enquanto a chama da vela

Crepita nas sombras da parede...

A madrugada já pisa no abandono

Desconhece ou esqueceu

Não sabe mais o que é sono...

Uma orgia de absurdos

Alimenta a noite

Atrás das cortinas...

Ventos enredam os destinos

Mudam rumos, desabam ninhos

Deixam em pânico os passarinhos...

Fantasmas invisíveis

Retiram taças de seus pedestais

E fazem um brinde à solidão!