CORRO OS DEDOS
Nas teclas
Corro os dedos
Corro dos meus medos
Corro dos segredos
Tão guardados
Arquivados
...
Noutra dimensão
Eles estão
...
Sobreviverão?
Ainda que o ontem os tenha engolido
Ainda que o tempo me tenha absolvido
...
Corro os dedos nas teclas invisíveis
Imagino monstros invencíveis
A correr da música erudita
Tão bonita
E tão vaga
Ela me traga
...
Mas que tempo é este?
Quem sou?
Para onde vou?
São perguntas que já me havia feito
Procuro outro jeito
...
Outro jeito de ouvir esta música extraordinária
Viajo, viajo
Vou para uma ária
Sou apenas e tão somente parte da melodia
Sou o outro dia
A loucura quase de existir inexistindo