DELÍRIOS NA CAXEMIRA

DELÍRIOS NA CAXEMIRA

O sol que bate na face me leva a viajar

Ser viajante que voa no espaço / tempo

Sonhar com estrelas que fazem delirar

Ouvindo anciões que só falam ao vento

Afinal o dia da revelação está pra chegar

Nas palavras deixam a marca da história

Onde estava que não ouvi o galo cantar?

Na areia meus olhos se enchem de glória

O caminho que me conduziu àquele lugar

Iluminado de amarelo pela luz do deserto

Pareceu marrom igual tudo que vejo do ar

Como quando estive voando a descoberto

Oh! pai dos quatro ventos, me ajuda a içar

As velas que me arrastam para terra firme

Queimada pelo sol e devastada pelo pisar

A poeira impede que o medo se aproxime

Onde estive foi um sonho ou pensamento?

Eu vejo o caminho, estou sempre sozinho

Em Junho retornarei com este sentimento

Indo pra Caxemira conforme o pergaminho

A tristeza me invade, mas não desespero

Nunca escondi meus pecados em oração

Ignoro se existe misericórdia, sou sincero

E talvez amanhã a lua me procure em vão

Marco Antônio Abreu Florentino

Poema tributo ao Led Zeppelin, banda de rock que, junto com The Beatles e Pink Floyd, são reconhecidas como as melhores de todos os tempos. A canção KASHMIR foi considerada pelos quatro componentes da banda como uma de suas melhores realizações musicais. Conforme Robert Plant, vocalista e compositor, é a canção definitiva do Led Zeppelin. Composta em 1973, no auge do grupo, período em que faziam uso de drogas pesadas, fiz uma releitura poética conforme minha interpretação pessoal. Na sexta e última estrofe, inseri versos modificados dos Rubaiyat, do poeta persa Omar Khayyam.

https://youtu.be/9vbeilE0UrQ

(KASHMIR - LED ZEPPELIN)