FESTIM
Nu, não ouço o que as roupas falam,
nem sinto o odor dos pomares de frutas sintéticas,
não sinto escorrerem mãos sobre meu dorso, frias,
nem dizem a meus tímpanos metamorfoses animalescas;
nu, nem preciso de hóstia e nem de Bíblias,
depois do banho estou pronto
para nascer de novo...
Vestido, corro rente a paredes de vidro,
me firo com recitais de deuses que descem à Terra em templos,
corro o risco de perder os sentidos
quando bebo, a 1000° graus,
a fumaça dos fósseis
sentados nos Congressos,
quase morro sem sorrir
e quase desfaleço
quando ouço a Sinfonia da Miséria
executada no Teatro Municipal...