Pirâmides Eternas

Destila óh sobre mim,

Tuas inquietantes razões normais.

Sou pois o rei deste mundo,

O âmago espargido da terra.

Finda quem lhe mostrais.

Não há reviravoltas na derrota,

Chorando pelos planos fracassados.

Cafungas em teu dorso,

A poeira desgarrada da guerra.

Choremos então nesse instante.

Ai da vida,

Serena nas nuvens matutinas,

Gostosa como a sombra do meio dia.

Porém,

Sedenta em lagares profundos,

Sanguinária da paixão

Óh vida,

Não tome ainda pelas mãos.

Quem há de ter minha alma por expiação?

O sangue é livre, pouco e forte.

A esperança que nos unira,

é escassa como o opróbrio.

Óh, sombra esquecida,

Mostre me a tua face,

renegas o teu legado,

e mostre-me tua sina,

em não querer,

o viver.

Áh, pirâmides eternas.

Tão eternas quanto o tempo,

da demora,

que separa você de mim.