O Nada
Massa uniforme
Cheia de um excremento fútil, torpe.
Pobre monte de ossos e pelancas
Carregando nas entranhas
O ranço dos dias vividos
Degenerando...
Já não tens mais viço
Endurecido...
Não sentes mais dor
Matéria podre
Moldada pelo tempo
Ficou indefinida tua forma
Embrutecida
Nada lhe resta de ventura
A não ser, que se feche a porta.
A luz se apague
E que te esvaias
Para lugar nenhum
Homem de barro
Que tem o dom da palavra,
Te calas
E permite o ócio, o obvio o nada.