Órion
À meia noite,
Do céu do norte descerei
E abençoarei vossa vinha
Eu recebo as súplicas e honrarias dos reis
Eu ouço a clemência dos tolos (o céu pode esperar)
Eu então rio de sua arrogância e insignificância
Senhor de todos os lamentos
Através dos séculos, ofereço-vos
Profetas do suplício, com suas verdades carregadas de pesadelos
Na espiral do tempo, o infinito aparta-vos de minha grandeza
Contemplando vossas vãs esperanças
Num inútil movimento por acompanhar minha expansão
Vem, fiel Sírius!
Traze sob tuas presas e exibe minha máxima obra
Irradiando no firmamento as almas de minhas plêiades
Deixo-te, pequeno mundo
Longe de tua imprudência, de teus prantos
Que tornam em pântanos os mares outrora meus
Diana, acolhe-me em teu arrependimento!
Tu, que hoje danças para os mortos
Lançando ao mundo as lágrimas de tuas dores