Faço a pergunta certa
Recolho a resposta errada.
A catarse brota dos adjetivos
A verdade escorre pelas frestas.

Faço a análise detida e atenta.
A luz me faz enxergar. 
E o olho apenas passeia pela estética da realidade.
Eu, a pedra no meio do caminho.
Eu, a hesitação entre ir ou ficar.
Entre perecer e pertencer a eternidade.

Descubro paradoxos.
Ouço segredos.
Desvendo mistérios.
E o infinito, cava o abismo.
Tão profundo que o mergulho é uma tregua
na eterna procura.

Procura-se o que há atrás das imagens?
Procura-se o que há atrás da aparência?
Procura-se a essência esquizofrenicamente.
Com a culpa pregada no peito por um broche brega.

Faço o arremesso do boomerang
E descubro que as perguntas voltam...
Que as dúvidas ressuscitam...
Que há mais medos do que descobertas.
Há mais silêncio do que palavras.
Há uma poesia tatuada no acaso frontal
da tarde.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 29/10/2016
Reeditado em 07/08/2017
Código do texto: T5807134
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