Poema quase mágico
Gotas suadas de uma fina chuva
Escorrem desenhos pela vidraça.
Lá fora, o ar úmido e já frio
Obriga a mente e correr paisagens outras.
O passado agora ri,
como uma piada contada antes do espetáculo caro.
E agora?
As mãos indecisas, seguram ainda o ingresso à porta
E as pernas titubeiam sabendo o final.
Vale a pena, então, entrar?
Para mais uma peça conhecida?
E lembro-me de Fellini
Cujo repertório merece sempre bis.
E uma vozinha tênue brada a consciência:
Vale sim. É preciso acreditar e sonhar.
Tal adolescente à frente da telona.
Onde a personagem também insegura afirma:
Eu SOU FADA...Fadona!
E eu ainda criança adormeço, pensando:
Ainda bem que ainda há fadas neste imenso Bolo
de Terra tão confuso...
- Mesmo que seja uma fada blogueira e atrapalhada.
- Ah, Boa Noite e sonhem com os anjos, também!