Pequena carencia surreal
antes de todas as outras
palavras que virão
quero dizer-te do longo tempo
que olhos percorreram
azuis ondulações
sem que nas margens
encontrassem promontórios
nunca antes escalados
e praias também
não desbravadas
onde pudessem
desaguar solidão.
Enfim, sem sucesso de extravasar
solitária vazão premeram-se
em salseirada que se verte agora
... rala
nesta enseada ensaiada pra receber
marolas espumosas
sem naus de palavras.
na carência que se eriça ao vento
o frio vestido se comporta verde
semi vestindo coxas
desnutridas de gemidos
com ininterruptos desmaios
pelo triste fim do tecido
entristecido
a se desmanchar no tempo
sem a chance de satisfazer
um desejo
em apelo
muito gostaria
de vê-lo
esparramado
em lustroso piso
granítico