Luna a espada

Quando os deuses do velho mundo estavam entediados,

Resolveram criar uma arma,

Tão perversa e perigosa.

Nem eu faço ideia do por que.

Como uma maldição,

Fui mandada para a terra,

A terra dos tolos e ignorantes,

Fui privada de viver com os deuses.

La no grande palácio dos deuses,

Eu era humana,

Linda e sem vestes,

Todos os deuses me admiravam...

Eles querem o caos,

Por mais que digam que não,

Querem ver a alma pobre do homem,

Brigar em ganância e ódio...

Foi em um dia que o sol nascia lindo,

Que fui transformada em espada,

Para a desgraça do homem,

Cai durante dias em agonia...

Em uma terra sem deus eu estou cravada,

Vendo a chuva cair triste como eu,

E tudo que vi no palácio se transforma em lembranças,

Por que espada?

Anos se passam lentamente,

Alimentando minha loucura,

Cravada aqui como uma coisa ruim,

Ninguém me vê...

Ninguém para dizer como sou linda,

Ninguém para dizer que sou a amante perfeita,

Ninguém para me desejar como adolescente,

Ninguém para matar a esposa por mim...

Sozinha feita de aço frio,

Imploro pela morte,

Ninguém vem me buscar,

Sofro de depressão,

Tão desejada que já fui,

Tão sozinha que estou...

Os anos mudam a gente,

O ódio consome,

Uma guerra esta vindo,

Do povo distante...

Serei útil,

Serei amante e assassina,

Serei a perdição do homem,

Só quero ver sangue...

Vejo uma luta brava,

Em meio a chuva,

Ambos dispostos a morrer,

Quero ajudar...

Quero o sangue em minha lamina,

Isso me exista...

Um deles me puxa pelo cabo,

Em pouco tempo divido a cabeça do inimigo...

O bravo cavaleiro esta machucado,

Mas caminha como rei,

Não ira cair, não hoje,

Não deixarei...

Meu corpo de aço,

Nas mãos do cavaleiro,

Ganha um sentido,

Sangue...

Ele derrota seus inimigos,

Protege sua vida,

Vira herói,

Graças a mim...

Esta noite,

Depois de tanto sangue,

Sinto o aço sumir,

Sou humana de novo...

Seduzo meu cavaleiro,

E tenho sua alma em minhas mãos,

Uma espada que se transforma em mulher a noite,

Quem não queria?

Sua sede de poder e perversão,

Levaram-me até você,

Talvez seja isso que os deuses querem,

Sua provação ou a minha?

Estamos em campo de batalha,

Não há espada mais forte que eu,

Destruo todas,

Mato seus inimigos...

Venha comigo,

Vamos mostrar quem é o mais forte,

Que se foda o rei!

Somos poderosos...

Meu amante,

Que me leva para cama de noite,

Depois de um dia sangrento,

Que me empunha de dia,

No dia seguinte...

Sua esposa não sabe que você dorme com uma espada,

Sua esposa não sabe que a espada vira mulher,

E você se sente o rei da carniça,

Transando com uma arma banhada em sangue...

A noite de espada sou amante,

Sugando sua alma sem você perceber,

Sendo puta de um covarde,

Ao amanhecer ele estará morto...

E assim eu passo as eras,

Sendo espada e mulher,

Amante para os covardes,

Conselheira para os tolos...

Tudo que quero é sua alma,

Para um dia poder ser só humana,

Um dia esse pesadelo acaba,

Até Lá,

Vou espalhar a discórdia,

Sou a espada que vira mulher,

Sou sua perdição...

Cristiano Siqueira 15/10/16

cristiano siqueira
Enviado por cristiano siqueira em 15/10/2016
Reeditado em 15/10/2016
Código do texto: T5792042
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