SOL-ICÍDIO
O Sol se suicidava
nas águas do horizonte,
seu fulgor ia morrendo:
era suicida em uma ponte.
A Lua aparecendo,
com suas filhas, chegava
pontilhando seu céu:
como bochecha com sardas.
O Sol vendo a amada,
se mergulhava mais
e mais, a lua parada:
era noiva sem véu.
A Lua desesperada,
por inteiro aclamava:
- por que daí tu não sais?
Mas do sol vinha o nada.
O Sol, de repente,
se assustou com a lua,
que vinha e contente
dizia: - vou te ajudar!
A Lua se aproximando,
ouviu o Sol a avisar,
porém ela o ignorou
e pôs-se a ajudar.
O Sol se emocionou
co’a força da Lua crua,
que bem forte o puxava
daquela feroz água.
A Lua ao Sol dizia:
- e mesmo que tu me ardas,
e com toda essa mágoa,
nosso amor ainda se fia!