O Eremita
O velho eremita em transe desértico
Sua capa balança sob sol ardente
Suas narinas filtram as areias
Seus olhos esbarram em açoites de luz
Seus desejos, suprimidos em meditação
Desde o norte, ventos caninos lhe dilaceram a pele
Ele almeja chegar além, além de pó e ossos
Sente agora que pode mergulhar na própria alma
Sabe que pertence a muitos mundos
Os chamãs do tempo bebem seus segredos
As piras de Aquário lhe abrem os portais da noite
Um dia ele clamou à piedade e à glória dos deuses
Ó terrena desnatureza!
Ó mundana mediocridade!
Quão árdua caminhada
Quão tortuosos caminhos
Quão imponente sapiência
Para deparar a humana pequenez