SUBALTERNOS
Desvairados, vão, assim, como tropel,
Desconhecendo regras todas de gramáticas,
Rabiscando tortas palavras enigmáticas,
Vão-se os dedos pela folha do papel.
Pressurosos, vão fugazes como podem,
Entretendo, contorcendo-se de amargura,
Maculando a folha que outrora pura,
Com palavras que vêm de toda ordem.
E, assim, em desordem e muito afoite,
Vomitando seus demônios num caderno,
Correm como que fugindo do inferno,
Adentram-se os subalternos pela noite.
Vês, ali vai ligeira (uma mão metálica?)
A proprietária dos dedos miseráveis,
Que despendem verbos tão desagradáveis,
Oriundos das paragens encefálicas.