SUBALTERNOS

Desvairados, vão, assim, como tropel,

Desconhecendo regras todas de gramáticas,

Rabiscando tortas palavras enigmáticas,

Vão-se os dedos pela folha do papel.

Pressurosos, vão fugazes como podem,

Entretendo, contorcendo-se de amargura,

Maculando a folha que outrora pura,

Com palavras que vêm de toda ordem.

E, assim, em desordem e muito afoite,

Vomitando seus demônios num caderno,

Correm como que fugindo do inferno,

Adentram-se os subalternos pela noite.

Vês, ali vai ligeira (uma mão metálica?)

A proprietária dos dedos miseráveis,

Que despendem verbos tão desagradáveis,

Oriundos das paragens encefálicas.

Daniel Pereira S
Enviado por Daniel Pereira S em 04/08/2016
Reeditado em 04/08/2016
Código do texto: T5719003
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