Degelo
Ondas brancas adormecem.
Formando um círculo, entrebatem-se sonolentas.
Pueris e vagas contornam um espaldar.
Lânguidas sob os flocos que resplandecem,
caem em vírgulas, balouçando...
Um rito formam. E entreolham-se sonolentas.
Nascidas do sonho, completam-se no ar.
Subidas do vapor. Dispersam-se no horizonte.
Donde respiram, deitadas, inalcançam a fronde.
Mas, respondem a frente. Em sinuosos olhares.
Num artificial eco; virtualmente congeladas.
Sussurrantes, procuram as bolhas de ar,
Enchendo-se d'água, perdem-se entre lembranças,
no degelo se vão,
se perdem,
se vão.
***
São Paulo,
29 de setembro de 2008
*Em versos livres.