Quarto Nupcial

Quarto Nupcial

O nosso quarto, meu amor, o mais belo

algures nesta cidade prenha de vida,

onde, tu e eu, revigoramos os desejos

e renovamos as juras eternas de amar.

Tem por chão, um tapete de grama verde,

sulcada de pedra solta em mil arabescos,

o tecto é forrado de um escuro negrume,

pontilhado por mil filamentos de prata,

como também de prata é o seu lustre aceso.

As paredes, são entre os naturais verdes

e dos mil assimétricos esboços urbanos,

permite-nos sentir fortes odores diversos

desse amalgamado relevo tridimensional.

As janelas de nosso quarto são amplas,

desenhadas por rio corrente navegado

de fulas e fragatas ondulando ao vento,

que libertam a suave brisa envolvente.

Por melodia de fundo, soa-nos distantes

os ecos entrecortados de algum silêncio,

que geram uma sinfonia caótica eterna,

que nos é imposta, mas dela nos alheamos.

A nossa cama nupcial, um banco de jardim,

ora em pedra polida, ora em madeira lisa,

é eleito altar de nossos corpos enlaçados,

que se olham, se tocam e se beijam, sem fim.

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Poeta sem Alma
Enviado por Poeta sem Alma em 27/07/2016
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