A CHUVA DOS TEMPOS
Chame-me mais a noite,
sim, se você quiser companhia,
eu não poderia lhe negar,
se você me pedir,
com este teu tão doce olhar.
Você pode ver como nos parecemos,
até de noite cantamos alegremente,
e os copos enxugados com vinho quente,
derramados sobre a poltrona e pela mesa.
Nós dois bailávamos á espera da eternidade,
senti o quente de teu rosto,
e minhas mãos dormentes,
entrelaçavam alegremente as tuas curvas.
Mas meu amor,
sou ainda teu?
Sou ainda teu enquanto estávamos juntos,
embebedados pelo sonho de cor tinto?
Você me disse, pode vir aqui agora?
e quando cheguei, não houve palavras,
apenas um gesto de carinho,
em harmonia com teus lábios desprovidos de cor viva.
Você é de outro,
mas eu estava contigo,
esta noite.
Balançamos as taças,
tão suavemente...