Escrevo
Sou como escrevo
Sou chuva e sol lá fora
Também chove e faz sol cá dentro
E se em todo o teu tormento
Eu ainda não aconteci
Dobre a esquina, vire a página
Estou aqui e logo ali
Sou denunciada por cada letra
Entrego–me com paixão ao vilão
E sou estupidamente clara
E nem por isso quero a “razão”
Acordo imaginando o céu, o mar
O azul me fascina, mas o vermelho
Ah! O vermelho me faz sonhar
Não tranco as portas que estão abertas
Nem as janelas por eu passar
Quero o mundo lá de fora
Vou sempre onde o amor está
Se dentro ou cá fora
A qualquer preço vou buscar
No meu barco sempre cabe mais um
Não procure chão para pisar
Meu batel só tem uma vela
Vento, amante, vai me levar
Quero na língua sentir o querer
O cheiro do desejo, todos os sentidos
Já senti a dor do não ter
joguei fora meus vestidos
Mas serei sempre uma “dúvida”
Alguém que passou em sua direção
E se você nem me percebeu
Se nem olhou nos meus olhos
É porque nunca em mim amanheceu.
Linda interação poética do meu amigo e parceiro F. Santos
Em tuas manhãs serei o sol
Nas tardes o caminhar
Nas noites o sonho à te velar
Serei o teu azul de paz celestial