CENÁRIO

(Por Aglaure Martins)

O verbo não mente

pressente, não fala

apenas passeia

nas asas em chagas.

Arrasta correntes

o peso presente

na boca que cala.

Encerra o ato

decapita as rimas

cortinas de aço

carrega a menina

de olhos insones

de cílios piscante

pintados de cinza.

Acode a menina

que segue sozinha

no meio de gente

que vive pendente

em risos pungentes

em cada esquina.

Descerra agora

o palco errante

tablado mutante

de shows e sentires

de gestos escusos

de passos maçantes

de lábios berrantes

que gritam vil sins.

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Aglaure Martins
Enviado por Aglaure Martins em 12/06/2016
Código do texto: T5665551
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