CENÁRIO
(Por Aglaure Martins)
O verbo não mente
pressente, não fala
apenas passeia
nas asas em chagas.
Arrasta correntes
o peso presente
na boca que cala.
Encerra o ato
decapita as rimas
cortinas de aço
carrega a menina
de olhos insones
de cílios piscante
pintados de cinza.
Acode a menina
que segue sozinha
no meio de gente
que vive pendente
em risos pungentes
em cada esquina.
Descerra agora
o palco errante
tablado mutante
de shows e sentires
de gestos escusos
de passos maçantes
de lábios berrantes
que gritam vil sins.
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