HIPNAGOGIA: REFLEXÃO ESPECULAR

Um célere turbilhão de sonho

Trevoa o turbante neural.

Faz um tempo trêmulo;

Lá fora.

Lembro-me do fastio medonho,

Um cavalheiro de feitio caricatural,

Prógnato, grosseiro; estica o frênulo:

- Víbora!

Sussurra-me, quase auspicioso,

Num andrajo subserviente:

Esfacela-te animal;

Revigora.

Quis rasgar-me o trapo poroso

Revelar-me o sangue deficiente

A condição prima de homem carnal.

- Devora!

Não há por que temer, tramar

um espetáculo de espectros

em obras-primas subtis;

Estupora(me).

Rapidamente perdi-o no ar,

Esfumou-se deixando-me rastros

de figuras refletidas; pálidas e hostis.

(Catáfora)

Eu que te fiz monstruosidade gentil,

Ao não me reconhecer nódoa sincera.

Partida de mim a sombra rebelde reluz.

Rememora.

(Acordei feliz).

Hernâni Arriscado - Hipnagogia: Reflexão Especular

25/10/15

Hernán I de Ariscadian
Enviado por Hernán I de Ariscadian em 25/05/2016
Reeditado em 17/08/2016
Código do texto: T5646165
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