Para Onde vão as Criaturas sem Sonhos
O jeito que meus olhos encaram o Universo
Parece implorar por mais uma gota de caos
A última gota que falta para iniciar o maremoto
Meu coração caótico não ama nada
Mas por um breve instante deseja tudo
E então se arrepende e tudo desaba
Já pôs os olhos alguma vez numa criatura humana sem sonhos?
Te perturbaria observar-me à noite, revirando-me em meio à escuridão e ao vazio?
Meus anseios vêm de algum lugar onde é sempre inverno
Por isso calor nenhum alcança meu coração
Sou tão confusa que tropecei em mim mesma numa esquina qualquer
E não parei para me ajuntar
Porque não sabia se de fato queria ajuda
Deixei-me ficar, deixei-me cair
Deixei-me sucumbir, talvez nisso todos os meus eus cansados pudessem concordar
Faz ideia de para onde vão as criaturas sem sonhos?
É um lugar onde tudo se espalha em tons de preto e violeta
É o lugar onde tudo acaba
E ninguém se importa em tentar recomeçar...
Pintei minhas paredes de sangue quando ainda enxergava o vermelho
Mas quando a própria dor vira letargia
Não há nada mais que te faça sentir vivo
Uma vez, vi a esperança atravessar a rua
E perguntei a ela porque nunca me visitou
Ainda estou naquele cruzamento esperando uma resposta
Às vezes me pergunto o que faltou, o que poderia ter feito
Mas isso só quando quero fingir que me importava
A realidade diante de mim é clara
Desde o momento em que abri meus olhos negros em um mundo violeta
Já estava destinada a ir
Para onde vão as criaturas sem sonhos