DESTEMPO...

DESTEMPO...

Passo o tempo contando estórias...

Deixo tudo a destempo...

Parto prum novo momento da vida...

Desdenho de um passado já vivido...

Páreos já jogados e portanto já calculados...

Desempates desses mesmos páreos...

Em páteos vazios assombrados pelo ninguém...

Onde vejo livros empoeirados, já lidos e historiados...

Com retratos e manchas do consumismo...

Por entre risos e desdém da mia emoção...

Por volta e meia volto aos cíclicos momentos em busco do meu interior...

Tudo a destempo... sempre ao destempo...

Ouvindo cântigos barrocos aprendidos na escola...

Decifrando barreiras que são transponíveis...

Parado num tempo em ligeiro pretenso caminhar...

Marco iguarias pra me alimentar...

Extemporâneos destemperos...

Temperos apimentados...

Transgressivos, transmissíveis e transtornáveis...

Inoportunos infortúnios...

Busco arredores ao centro do meu mapa mental...

Nada muda... tudo a destempo... parece tudo igual...

Então fecho os meus olhos...

E sinto beijarem o meu pescoço...

Fortes e fracas opiniões...

É porque gosto dos anjos coloridos do ceú, balões...

Penso hoje igual ontem, ao mesmo modelo do dia que será amanhã...

Porisso me deito a destempo, na madrugada...

Abajour aceso, eu aqueço os meus pés...

Nada mais à fazer, apenas esperar o raiar das manhãs...

Ainda que seja a destempo...