QUANDO MORRI
A principio os que notaram, não acreditaram
imaginaram um engano ou coisa assim
mas logo foram percebendo que na realidade,
há muito tempo eu já não estava mais ali
Não havia mais o sorriso espontaneamente fácil
que muitos acreditavam ser eterna alegria
quando em verdade, muitas gargalhadas
eram apenas disfarces para minha agonia
Não havia mais nada, nada de luta, nem de teimosia
nenhuma vontade de pensamento profundo
muito menos coragem para transformar o mundo,
simplesmente não havia sonhos e tampouco utopia
Já não havia encantamento, curiosidade ou poesia
tudo tinha se acabado, só que ninguém sabia
todos se acomodaram com a ideia de que
em algum lugar eu ainda existia
Quando perceberam tão pobre fantasia
muitos deram de ombros com apatia
enquanto outros, até que choraram em demasia
Alguém se lembrou de que eu escrevia
e de vez em quando punha no papel
coisas diversas, que via ou que sentia
Tentaram fazer um tipo de homenagem,
leitura de algo escrito por mim com primazia
mas infelizmente, verso meu ninguém sabia
Puxaram então suas lembranças
contar uns causos de mim até que podia
foi quando perceberam, que viver era o melhor que eu fazia
Enfeitaram-me em suas memórias,
com o melhor de mim em suas histórias
e sem dar-se conta da proeza que se fazia
naquele dia, imortalizaram alguém que aqui jazia
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OKARA POÉTICA!
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