QUANDO MORRI

A principio os que notaram, não acreditaram

imaginaram um engano ou coisa assim

mas logo foram percebendo que na realidade,

há muito tempo eu já não estava mais ali

Não havia mais o sorriso espontaneamente fácil

que muitos acreditavam ser eterna alegria

quando em verdade, muitas gargalhadas

eram apenas disfarces para minha agonia

Não havia mais nada, nada de luta, nem de teimosia

nenhuma vontade de pensamento profundo

muito menos coragem para transformar o mundo,

simplesmente não havia sonhos e tampouco utopia

Já não havia encantamento, curiosidade ou poesia

tudo tinha se acabado, só que ninguém sabia

todos se acomodaram com a ideia de que

em algum lugar eu ainda existia

Quando perceberam tão pobre fantasia

muitos deram de ombros com apatia

enquanto outros, até que choraram em demasia

Alguém se lembrou de que eu escrevia

e de vez em quando punha no papel

coisas diversas, que via ou que sentia

Tentaram fazer um tipo de homenagem,

leitura de algo escrito por mim com primazia

mas infelizmente, verso meu ninguém sabia

Puxaram então suas lembranças

contar uns causos de mim até que podia

foi quando perceberam, que viver era o melhor que eu fazia

Enfeitaram-me em suas memórias,

com o melhor de mim em suas histórias

e sem dar-se conta da proeza que se fazia

naquele dia, imortalizaram alguém que aqui jazia

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Karina Guedes
Enviado por Karina Guedes em 27/04/2016
Reeditado em 09/11/2023
Código do texto: T5618513
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