Reflexões de abril

A luz da cozinha acendeu a noite.

Talvez, eu bem seja somente

aquela menina invisível

que diz ao tempo: volte!

Adianta dizer? não adianta.

os passos de cada amanhecer

são de um bebê gigante

que quer viver.

E eu permuto as horas

nos meus pensamentos.

Passo aqui e ali sem perceber,

depois volto a passar para viver.

Destemida escola de alguma coisa

que eu jamais saberei o que é.

Esperança, confiança, fé?

Não... ainda não terminei as tarefas

que me foram

tão sutilmente solicitadas.

Mas espero, um dia, com pó de estrelas,

restaurar aquela asa

que vai unir-se à outra

e, finalmente, voltar para casa.