"Os campos estão cheios de flores" (*)
Os campos amanhecem.
Depois da longa noite, escura, sem estrelas,
volta o rosto da aurora
as fábulas redivivas,
o êxtase e o deslumbramento do outono,
revestido de primavera.
Nossos pés não mais se rasgam,
entregam as mãos, flores,
importa não estremecer ao sol,
crescer na extensão dos sonhos,
assombrar as montanhas.
Congelar as dores em seu píncaros.
Meu rosto, teu rosto, nossos rostos
nas faces dessas flores,
eretos, humanizados em nuvens,
mas despertos para serem servos
de um grande sorriso,
que das profundezas de todas as sementes
formará o sol de um novo dia.
Os campos estão cheios de flores.
A Paz confia em nós.
(*) de um pensamento de minha irmã Luiza, hoje.