Promessa
quero ser salgueiro
ramos compridos
a tocar o colo do rio
ilhar-me a existência
enraizada à lama quente do leito
é infortúnio ser gente
nesse obscuro tempo
dou-me o direito de ser árvore
e tudo o mais quanto puder crer
na incógnita trama sou tecida
em intensidades absurdas
meu drama senciente
reverbera
oscilações infindas
supro falhas
troco escamas
ressurjo
novo mantra
novo dia