REFLEXOS ÍNTIMOS

Perante o espelho visto-me de gente

E num reflexo atônito sou indigente

De uma ótica inflexível e inconstante.

O espelho me parece mágico, convexo;

Há um êxtase em mim meio sem nexo

Que me traz uma surrealidade distante...

Olho-me em todas as direções, discreto;

Percebo oásis camuflados dentre a pele

E sinto uma sede superficial que impede

De saciar a ventura de ver-me concreto.

Excito a imaginação de abstratas ondas

Que me levam ao precipício das rochas;

Minha mente torna-se bipolar e arrocha

Secretos desejos que são sutis arapongas!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 09/04/2016
Código do texto: T5600294
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