Profundezas de abril

Vazios das flores, dos sorrisos, das alegrias...

o circo dos horrores esfacela todo dia

uma ave-maria.

Não nascem mais os sonhos.

Não existe mais a hora certa,

a treva conta quantas estrelas sobraram nos céus

para lhes apagar a luz por inteiro,

para que aquele que pensa

se envergonhe de ser verdadeiro.

A treva esquece que há os olhos de Deus,

- que Ele sabe como acender luz do gelo.

Subiremos, um dia, e da ladeira íngreme e áspera

brotarão flores dos músculos quebradiços.

Choraremos de alegria ao ver a caravana que passa

levando para longe dos nossos olhos todos os narcisos,

o opulento imoral e todos os fanáticos do vil metal.

E toda vida há de gerar epifanias.

- toda boca há de libertar Ave-Marias.

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(nossa bandeira sempre será da cor dos nossos campos, do sol e do infinito de Deus.)