Se ainda há do que não restou:

um silêncio desengasgado,
um trecho de um livro que ninguém mais leu,
um folheado numa estante de um porão perdido
em uma casa abandonada da memória
em que até  poeiras erraram frestas...
 
      Ninguém mais desfolhou
      o silêncio do abandono,
      a memória apagada
      do porão sem poeiras.
 
O sol não se justifica pela noite que não mais nos há de vir
no desengasgo do que não restou.
 
Ana Liss
Enviado por Ana Liss em 28/03/2016
Código do texto: T5587233
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