Oquidão

Nunca serei

mar navegado

sou bravio

de ondas fortes

e quando calmo,

anelo o espelho d'água.

Sou doce como a losna

e amargo feito o mel

manso como um furacão!

Danço na noite

como um louco

e canto na madrugada

do meu ser.

Sou, talvez,

mistério bobo,

viciado em café

noutra vida

peixe domado

minha paixão

não por quê,

ou senão,

algo a ser.

Decifra-me,

se puder,

se não puder,

sinta meu ser

nele inconfesso

está o amor,

um só amor!

Nunca serei

mar navegado

serei mar

abandonado

no cantinho

do deserto!

Sou amor

desamorado

inventado

não sei do quê

sou o nada

quando penso

que o que penso

nada vem ser.

Daniel Cezário
Enviado por Daniel Cezário em 28/03/2016
Código do texto: T5587140
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