Cupichas da noite
 
A noite está lá fora
Com seus mistérios previsíveis
E eu aqui
Com meus pensamentos desprezíveis
Fazendo mal juízo dela
 
Nem paro para refinar meus julgamentos
Recolho o que tenho de podre
E os mando pela janela espionar as vidas
Que por serem vividas
Nem dão ouvidos a essas minhas trelas
 
Voltam recheadas de medo e cansaço
Me apertam os braços
Acusam-me de covarde
Por expô-las assim tão tarde aos perigos que não ouso
Não dou ouvidos e volto ao meu repouso.