Fera
Ando só.
Não pertenço a nenhuma tribo, matilha...
Sou um bicho solto!
Mastigo gramíneas, com fome de gente.
Caço a noite; farejando o dia.
Vomito tudo o que é palavra,
Prefiro o lauto silêncio!
Olhos sem pestanas, abertos, atentos...a espreita.
Trago minhas garras afiadas, gastas, cansadas
De viver morrendo...
Não tenho consciência do tempo,
Apenas sigo.
Talvez eu desista de ser metade,
Quem sabe em uma certa estrada,
De surpresa
Eu deixe de ser predador
Para ser a presa!