Água e pedra
 
Hoje eu me quebro e espumo sobre as pedras
Refaço-me em intervalos que o ritmo dá
Ora me despojo menor e mais calmo
Ora arroubo e ouso alto ao me jogar
 
Sou gêmeo que teme a vida mais curta
A extinção dos ímpetos que irão se amainar
Meu irmão alheio me repete alturas
Ensinando como às pedras lapidar
 
Meu gêmeo não sabe que eu sou tão frágil
Que o tempo leva um milhão mais de mim
Talvez essas pedras duras e imutáveis
Também considerem que eu não terei fim