Uma voz ao meu ouvido
Voz que sussurra ao meu ouvido
Dia, noite, noite, dia, a todo o momento
Que não se cala diante do lamento
De um pobre, de um pobre perdido.
Voz que meus tímpanos recusam suportar,
Oriunda da bocarra de um Adamastor gigante
Qual aquele que em alto mar o navegante
De Vasco da Gama tentou afundar
Voz que chega assim sem me pedir,
Meus ouvidos recusam te ouvir
Se o que dizes fazem profanar.
Voz, aqui não mais me apresente
De mim, quero-te bem ausente,
Pois o seu som é um montão de azar.