Tarde

Onde a luz da primavera?

As folhas nascendo, como um poema?

Escrevo no ar essas notas tristes.

Uma melodia que insiste em germinar

onde a chuva acena.

É fim de tarde e há vento.

As escolhas foram feitas há tempos,

mas o caminhar não as semeou.

Quedaram-se, solenes, sobre as margens

e no desvio do meu rosto, a paisagem

entre ervas se fechou.