E molham, molham e molham.
E molham as telhas de zinco;
molham as telhas de barro;
molham o colchão do mendigo;
molham o teto dos carros.
E molham os formigueiros;
os fios da teia da aranha;
o cotovelo do camioneiro;
das lenhas apagam as chamas.
E molham gafanhotos, minhocas e jibóias;
ruas de pedra, cascalho e asfalto;
molham Zeta - Flex e clarabóias;
molham ametistas e basaltos.
E molham os fios de alta tensão;
molham os postes da rua;
as antenas de televisão;
e molham as pétalas nuas.
E molham o pé de acerola;
molham o ninho da coruja;
molham o pátio da escola;
os transeuntes e os guarda - chuvas.
E molham a cruz das igrejas;
os out door ’s de publicidade;
as latas de cerveja,
nos lixos da cidade.
E molham as grades de ferro;
as placas de cuidado com o cão;
molham os muros de concreto;
e as cercas de eletrificação
E molham os túmulos de mármore;
molham os trilhos do trem;
os cupins que secam as árvores;
e molham o coração de quem tem.
E molham o teto do sem - teto;
molham a terra do sem - terra;
molham as chaminés do castelo;
molham os tanques de guerra.
E molham,
molham
e molham!