Passeio sorumbático

Da rua,

na rua,

em mim!

Mora do teu lado um lado meu,

O avesso do que sinto pelo avesso...

O que é igual a nós, tão diferente da rua.

Ultrapasso a rua,−desponta-se uma avenida,

e ao olhar para trás,

traz-me a memória outras ruas nuas

separadas de mim por mais ninguém, ninguém mais da rua.

Cruzo a cidade.

Há tanta gente bonita indo embora,

a festa acabou, faz tempo, e o mesmo tempo chora,

pede para passear em outras ruas do passado, ficar e ir embora.

Acordei-me e ganhei o mundo.

Fui trabalhar para passar logo o outro dia

e morrer de ir,

e vir

e nunca mais sentir o que sinto agora

dentro deste poema que também não ficará

porque o porei fora

de mim e das ruas!