Privado do sono
Privado do sono
Não sei se é real, ou alucinação,
Não consigo dormir,
Minha cabeça dói muito,
Meus olhos me enganam.
Os médicos de enchem de drogas,
Tudo que consigo são poucos minutos de sono,
Sinto que estou ficando louco,
O que diabos há comigo?
Mergulhado no escuro do meu quarto,
Tentando dormir um pouco,
Logo vejo que não estou sozinho,
Existe alguém muito mal que quer minha sanidade.
Ele vem, anda pelas paredes,
Me agride e diz que é para meu bem,
Grito por socorro,
Enquanto ele desaparece...
Foi internado em um lugar para pessoas como eu,
Meu quarto é calmo e com pouca luz,
Mais drogas eles dão,
E nada muda...
Durante a noite as coisas mudam,
Há pessoas sem cabeças andando pelos corredores,
Demônios fazendo bagunça no jardim,
O céu parece vermelho...
Estou louco, começo a chorar,
Queria tanto poder dormir,
E esquecer tudo isso,
Mas não consigo...
Vejo uma garota linda,
Ela caminha no meio do caos,
E não parece ter medo,
Ela também é paciente aqui...
Ele me abraça,
E me leva para o céu,
De onde posso ver o hospital,
Não tenha medo ela diz,
Logo amanhecera,
E eles iram...
Não sei como, mas dormi essa noite,
Acordei de manhã,
Preciso vela agora,
Onde ela esta?
Caminhando no pátio,
Eu a vejo,
Ela é linda e estranha,
Tem longos cabelos pretos...
Então ficamos amigos,
Sempre juntos,
Só me importo com ela agora,
Mergulhamos no medo juntos...
Os dias são suportáveis,
Mas as noites diabólicas,
A noite vem com seu manto frio,
E o cheiro de podre...
Seus filhos, bastardos da noite,
Seus malditos,
Querem nos deixar loucos,
Tudo parece preto e branco...
Tenho que vela,
Sim tenho, nossa união vai acabar com isso,
Tenho que dizer que a amo,
Penso em seu lindo corpo,
Quero tela no frio do escuro...
O homem com pés de cabra esteve aqui,
Aquele maldito,
Perverso e sem piedade,
Dize-me que ela é minha...
Acredito que seja verdade,
Ela me faz tão bem,
Morreria por ela se fosse preciso,
A maldita dança nunca para,
Nunca poderei dormir assim,
As chamas que se movem,
Queimam os corpos...
Agora ela esta com roupa de enfermeira,
Não entendo,
Será que isso é real?
Não tenho tempo para isso,
O homem que tem pés de cabra quer mata La,
Preciso fugir daqui com ela,
E ela ira me curar...
E de dia eu acho,
Chove muito e ele esta aqui,
Posso ouvir seus cascos,
Em um piscar de olhos é noite,
E posso sentir o cheiro de corpos queimados...
Em outro piscar é dia,
E os enfermeiros estão me agarrando,
Mas o que eu fiz afinal?
Não quero saber,
Mais um piscar e é noite,
Ele esta no corredor rindo de mim,
Mas vou salva La seu mostro...
Ela esta no vestiário,
Aquele corpo lindo sem roupas,
Já disse que ela é minha,
Nenhum demônio ira leve La...
Mas ela não entende,
Não sabe o perigo que corre,
Não quer me ouvir,
Isso me deixa triste...
Amo tanto ela,
No piscar do dia,
Vejo enfermeiros em pânico,
Mas não tenho tempo de pensar,
No piscar da noite,
Eles já estão mortos,
E seremos os próximos,
Por que diabos ela não me entende?
Quando saio do hospital,
Algo esta diferente, sinto sono,
Sinto frio, e minhas roupas estão molhadas de sangue,
Não entendo...
Então vejo ela gritando de terror,
Sinto uma terrível dor no peito,
Em um piscar estou no chão,
Ela tentando me salvar como sempre...
Eu disse que ela iria me salvar,
Mas acho que estou errado,
Sinto um poderoso sono vindo,
Não posso resistir...
Tenho que dormir.
Cristiano Siqueira 04/01/16